União Africana: Macky Sall vai á Rússia conversar com Putin sobre segurança alimentar


O Presidente da UA Macky Sall reúne-se com o Presidente russo Vladimir Putin no Kremlin, em Junho de 2018. A dupla voltará a realizar conversações em Sochi, Rússia, na sexta-feira, 3 de Junho de 2022. © O Kremlin
O chefe da União Africana, o Presidente senegalês Macky Sall, deverá falar com o Presidente Vladimir Putin na cidade de Sochi, no sudoeste da Rússia, numa tentativa de compensar a crise alimentar iminente em África devido à guerra na Ucrânia.
Segundo o gabinete de Sall, a visita de sexta-feira tem como objectivo “libertar reservas de cereais e fertilizantes, cujo bloqueio afecta particularmente os países africanos”, bem como atenuar o conflito na Ucrânia.
A visita foi organizada após um convite de Putin, e Sall viajará com o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.
A UA receberá também um discurso em vídeo do Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, embora nenhuma data tenha sido marcada.
A reunião surge quando a guerra na Ucrânia fez disparar o custo do combustível, dos cereais e dos fertilizantes em todo o mundo. Os aumentos de preços estão a ser sentidos de forma aguda nas nações africanas.
Tanto a Ucrânia como a Rússia são grandes fornecedores de trigo e outros cereais para África, enquanto que a Rússia é um produtor chave de fertilizantes.
No mês passado, a ONU disse que a África enfrenta uma crise “sem precedentes” causada pela guerra, agravando as dificuldades que o continente enfrenta, desde as alterações climáticas até à pandemia do coronavírus.
Apelo da UA à União Europeia
No início desta semana, Sall apelou aos líderes da União Europeia para ajudar a aliviar a crise em produtos chave.
Sall salientou que a decisão de expulsar os bancos russos do sistema de mensagens financeiras SWIFT poderia prejudicar o fornecimento de alimentos ao continente.
Falando através de ligação vídeo, disse Sall: “Quando o sistema SWIFT é perturbado, isso significa que mesmo que os produtos existam, o pagamento torna-se complicado, se não impossível.
“Gostaria de insistir que esta questão seja examinada o mais rapidamente possível pelos nossos ministros competentes, a fim de encontrar soluções adequadas”.
Sall reconheceu que o bloqueio da Rússia a Odessa prejudicou as exportações de alimentos ucranianos e, segundo consta, apoia os esforços liderados pela ONU para libertar o porto.
CAP-GB/RFI-EN