SOCIEDADE CIVIL INSTA MINISTÉRIO PÚBLICO A INVESTIGAR DECLARAÇÕES DE CHEFE DO ESTADO MAIOR DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ-BISSAU


O Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz e Desenvolvimento instou à Procuradoria Geral da República (PGR) a abrir uma investigação sobre “as graves denúncias” proferidas publicamente pelo Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas da Guiné-Bissau, o General Biaguê Na N´Tam, em como teria sido convidado, por duas vezes em 2016, a subverter a ordem constitucional por via de golpe de Estado para derrubar o Presidente cessante, José Mário Vaz. O movimento exige ainda a responsabilização criminal dos presumíveis autores morais da tentativa agora denunciada por Biaguê Na N’Tam.
A posição da organização liderada por Fodé Carambá Sanhá foi tornada pública em comunicado distribuído à imprensa esta terça-feira, 22 de janeiro de 2020, documento a que o Jornal O Democrata teve acesso.
Porém, apesar de exigir a abertura da componente investigativa às declarações de CEMGFA, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para a Paz e Desenvolvimento manifestou o seu reconhecimento à liderança de Biaguê Na N‘Tam “pela sua postura republicana isenta” à frente das forças armadas do país “ao longo dos últimos cinco anos de disputas político-partidárias desencadeadas até aqui”.
No mesmo documento, o Movimento repudia qualquer postura militar que não se enquadre no ordenamento jurídico da Guiné-Bissau, “sob pena de o seu mandante ou mandante ser responsabilizado severa e criminalmente”.
O documento lembra a Biaguê Na N´Tam que o exercício da sua função de Chefe de Estado Maior não significa estar acima da lei, “porque todos os cidadãos são iguais perante a lei”, sublinha.“Aconselhamos o General Biaguê Na N´Tam, que o desempenho da sua estatura no Estado, apenas o simboliza ser homem de Estado, mas não lhe atribui o direito de se autoproclamar do Estado, na veste do CEMGFA, senão parte da representação do Estado da Guiné-Bissau”, lê-se na nota.
Neste sentido, o Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz e o Desenvolvimento apelou à comunidade internacional e demais parceiros de desenvolvimento a continuarem a acompanhar a Guiné-Bissau e o seu povo.
FONTE: O DEMOCRATA