ONU: PR discursa perante lideres mundiais, pede continuidade na assistencia


Presidente da Guiné-Bissau diz que “fará o melhor” para virar página de conflitos
Em primeiro discurso na Assembleia Geral desde que assumiu o poder, Umaro Sissoco Embaló contou que também atuará com as diásporas para “construir um futuro melhor” para todos; chefe de Estado falou em francês aos líderes internacionais.
Nesta quinta-feira, o último país de língua portuguesa a falar à Assembleia Geral foi a Guiné-Bissau.
O presidente Umaro Sissoco Embaló, que se dirigiu aos líderes internacionais em francês, começou lamentando a perda de vidas pela pandemia da Covid-19 em todo o mundo.
Linha de frente
O líder guineense agradeceu aos profissionais da saúde por combater a pandemia na linha de frente. Para ele, todos os países devem cooperar para reforçar os sistemas de saúde e o alcance de uma vacina e tratamento universais e acessíveis.
Ao mencionar o aniversário de 75 anos das Nações Unidas, Sissoco Embaló disse que é preciso apoiar a ONU a combater os desafios globais da atualidade e de renovar o compromisso com o multilateralismo.
Para ele, esta é a única forma de avançar com a agenda humanitária tendo em conta os vulneráveis e promovendo igualdade de gênero e o bem-estar para todos, como estabelece a Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável.
O presidente da Guiné-Bissau lembrou que falava à Assembleia Geral no dia de aniversário da independência do país de Portugal. Ele disse que o rompimento dos laços com a antiga metrópole ocorreu com muita “honra e sacrifício”.


A Guiné-Bissau foi a primeira das cinco ex-colônias africanas a se tornar independente.
Caminho
A Guiné-Bissau foi a primeira das cinco ex-colônias africanas a se tornar independente. Para Sissoco Embaló, nesses 46 anos de história soberana, o país viveu momentos difíceis na busca de seu próprio caminho de estabilidade e desenvolvimento. Ele afirmou que o apoio da comunidade internacional, especialmente da ONU, e de organismos regionais e sub-regionais foi fundamental para acabar com os conflitos no país.
Ao destacar que o fim do mandato do Escritório da ONU no País, Uniogbis, se aproxima, Sissoco Embaló disse que a assistência contínua da comunidade internacional em articulação e coordenação com as autoridades guineenses é indispensável para que a Guiné conclua o processo de reformas necessárias ao desenvolvimento.
Ele disse que usaria a tribuna da Assembleia Geral para prometer ao povo guineense que fará o seu melhor para “virar a triste página” de crises e conflitos da história e trabalhar de mãos dadas como “todos os guineenses” incluindo a diáspora para alcançar um futuro melhor para todos.
Ao citar os desafios deste ano de 2020, o presidente da Guiné-Bissau afirmou que a Covid-19 agravou as fragilidades de seu país e a situação socioeconômica. Ele disse que a pandemia afetou a agricultura e o comércio de seu principal produto de exportação: a castanha-de-caju piorando os níveis de pobreza da nação.
Mudança climática
Sissoco Embaló disse que uma outra área de preocupação é a mudança climática e os efeitos sobre pequenos países-Ilha. O governo elaborou estratégias nacionais de mitigação.
O presidente da Guiné-Bissau diz que a igualdade de gênero é um tema de grande importância para o país, e que as mulheres são o motor de mudança positiva, e as melhores mediadoras de conflitos e pacificação.
Ele também disse priorizar a juventude, que forma a maior parte da população guineense. Sissoco Embaló criticou o embargo dos Estados Unidos a Cuba e disse esperar a solução do conflito israelense-palestino.
O chefe de Estado concluiu reafirmando o compromisso de seu país com a ONU para o desenvolvimento e a construção de um mundo mais fraterno e de bem-estar para todos