Novo relatório da ONU sobre consolidação da paz cita Guiné-Bissau


Em sessão informal do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral, ONU pediu mais envolvimento de jovens e mulheres em processos de paz; chefe das Nações Unidas afirma que foco na prevenção de conflitos é cada vez mais vital em épocas de pandemia.
O mais recente Relatório da ONU sobre a Consolidação e Manutenção da Paz revista a arquitetura de construção da paz em 2020. Numa reunião informal do Conselho de Segurança e da Assembleia Geral, o chefe das Nações Unidas pediu uma nova abordagem na resposta às crises.
Para António Guterres, é fundamental considerar o sofrimento no mundo atual e os custos humano, financeiro e social. O documento cita a Guiné-Bissau, cuja estratégia de consolidação da paz é liderada pelo Brasil na Comissão.
Desafios
Guiné-Bissau é um dos 17 beneficiários de apoio da ONU para enfrentar desafios políticos, socioeconômicos, de desenvolvimento e segurança.
De acordo com o relatório, a análise de conflito conduzida pelo Escritório da ONU para Consolidação da Paz na Guiné-Bissau, Uniogbis, permitiu uma compreensão mais unificada das “causas profundas”. Esse fato ajudou a definir as prioridades de consolidação da paz na nação de língua portuguesa.
Ainda na Guiné-Bissau, a estratégia apoiou uma rede nacional de ativistas no monitoramento de direitos humanos nas eleições de 2019. O auxílio dado ao país também foi para o sistema de registro civil e estatísticas vitais que impulsionaram o registro de nascimento e a confiança nos serviços do Estado.
Prevenção
Na reunião virtual, Guterres disse que o sistema de desenvolvimento da ONU e a reforma da gestão fortaleceram o foco da organização na prevenção. Esse foco continua “mais importante do que nunca” no contexto da Covid-19.
Ele disse que a pandemia arrasou comunidades e economias em todo o mundo, revertendo os ganhos de desenvolvimento e construção da paz, agravando conflitos ou fomentando novos.
Para o chefe da ONU, a crise reforçou a necessidade de se manter o olhar na Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
Guterres disse que o novo relatório se baseia na convicção de que “respostas multidimensionais, integradas e de toda a sociedade são vitais para enfrentar os desafios do século 21 e não deixar ninguém para trás”.
Divisões
O apelo do secretário-geral é sobre superar as divisões sociais e alcançadas abordagens inclusivas e baseadas em direitos. Ele sugere ainda o envolvimento de jovens, mulheres e comunidades marginalizadas em atividades de construção da paz, nos processos de paz e na tomada de decisões políticas.
Segundo Guterres, essas abordagens requerem acesso equitativo aos serviços sociais, a instituições inclusivas e justas, a mecanismos de reclamação que funcionem e a esforços sustentados para promover a coesão social.
O secretário-geral ressaltou que mesmo com progressos na construção da paz e atuação em resoluções sobre o tema, “o financiamento adequado, previsível e sustentável para a construção da paz continua sendo um desafio crítico”.
Guterres lembrou que manter a paz “é um imperativo maior do que nunca”, e que isso exige novo compromisso urgente com os princípios e mandatos da Carta das Nações Unidas tanto “no seu espírito quanto na prática”
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