Imprensa: México continua um dos países mais perigoso do mundo para jornalistas


Jornalistas mexicanos manifestam-se em Morelia, estado de Michoacán, a 16 de Março após o assassinato do jornalista Armando Linares. ENRIQUE CASTRO / AFP
Por: Cintia Ross Dayves
Hoje, terça-feira 3 de Maio, é o 29º Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. No México, oito jornalistas já foram assassinados desde o início do ano. O país ocupa o 143º lugar entre 180 países em termos de liberdade de imprensa, de acordo com os Repórteres sem Fronteiras. É considerado um dos países mais perigosos do mundo para a imprensa fora das zonas de conflito.
A última vítima, Armando Linares, director de um jornal online, foi morto a tiro na sua casa no estado de Michoacán em meados de Março. No México, o início do ano foi marcado por um banho de sangue na imprensa. Muitos profissionais estão a operar num contexto difícil.
No país, estes assassinatos têm sido principalmente contra jornalistas locais. Estes últimos são particularmente vulneráveis, uma vez que estão sujeitos a pressões e ameaças dos vários grupos criminosos presentes no país, bem como de políticas e instituições estatais corruptas.
Crimes sem culpa
Tudo isto tem lugar com quase total impunidade. Mais de 90% destes crimes permanecem impunes e sem qualquer sentença judicial. As organizações para a liberdade de imprensa no México criticam o governo pela sua inacção e ineficácia na protecção dos jornalistas. De facto, várias das vítimas foram mortas quando sabiam que estavam sob ameaça e que beneficiavam de protecção federal.
No total, 46 jornalistas foram mortos em todo o mundo no ano passado, em 2021. Outros 428 jornalistas estão na prisão em todo o mundo até à data. A situação da imprensa é frágil em algumas partes do mundo.
RFI