Dia dos defuntos: O Dia de Todos os defuntos, dá vida ao cemitério de antula


CAP-GB DIA DOS DEFUNTOS GRANDE REPORTAGEM
Estavam em comunhão com os seus entes queridos defuntos, e para além disso com a realidade da efémera existência terrena. Os fiéis católicos, reunidos no cemitério de antula nas preférias de Bissau por ocasião do Dia de Todos os defuntos ontem, deram vida e brilho à sua fé.
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O Dia de Todos os defuntos, a festa dos mortos, é na realidade o dia dos vivos! O dia em que estes últimos, em meditação, reacendem a sua fé e sentem comiseração por si próprios, porque um dia terão de se render ao seu destino final. Morrer e juntar-se aos santos e entes queridos. Tudo isto exigiu solenidade ontem de manhã, no cemitério de de antula. Nas primeiras horas da manhã, uma grande multidão de fiéis invadiu o local de descanso eterno. Não é exagero falar de uma maré humana; uma multidão piedosa mergulhada num modesto silêncio entrou no labirinto da necrópole e arredores. Fiéis católicos de todas as idades.
A maioria usava máscaras de protecção, embora algumas se permitissem, por vezes, um abraço cauteloso. Uma atmosfera que faz lembrar o contexto pandémico. Covid-19, que, precisamente, presidiu à decisão da alta comissaria para COVID19 Dra Magda de suspender as cerimónias oficiais e a organização de orações comunitárias em favor de uma abordagem individual e familiar às visitas aos cemitérios.
Na entrada do cemitério, via se a precipatação dos visitantes e uma certa ansiedade a calafrios, cada um com enxada e ragador que são utilizados para limpar e regar as caves. Recebem velas e buquês de flores novas ou uma nova camada de tinta. Em alguns, as famílias reúnem-se, enquanto outros recebem visitas individuais. Estas recordações a solo são mais visíveis no bloco reservado às crianças falecidas localizado no bloco da direita reservada aos falecidos Cristãoes da entrada do cemitério para com conhece a divisão deste lugar cuja esquerda é para os dufuntos fieis muçulmanos. A emoção é viva nos rostos dos fiéis, na sua maioria mulheres, em frente a estes túmulos com alguns centímetros de comprimento. Após vários minutos à frente de um deles, Mariazinha vira-se, com os olhos desviados, e corre para a frente, com o terço católico na mão. A sua voz embraçou, não teve força para falar, limitando-se a dizer o seu nome e o destinatário da oração: o seu filho, que morreu no ano passado, e que viveu apenas 24 horas.
A poucos metros de distância, quatro indivíduos dizem uma oração em coro com notável majestade, sob a direcção de uma mulher idosa. Não muito longe, um homem pinta uma casinha branco com grande aplicação onde deve estar a repousar os restos de seu ente, o ar quase ausente. Uma menina sorridente, com um vestido bonito e brincando alegremente com uma pétala de flor, segue descuidadamente um grupo de adultos.
Nos outros blocos, é mais fácil ver grupos a reunir-se. Como a família Da Silva (Angila), incluindo uma senhora que parece ainda não ter lamentado o falecido. As suas lágrimas de certa forma desviam a atmosfera que, apesar da monotonia, permanece serena. Na rua principal, a procissão fica nua à medida que os blocos das pessoas passam, com alguns conhecidos reunidos para uma pequena conversa ao lado. Um homem de idade avançada, num com chapeu a “moda mancanhe”, pede a localização da Campa de seu neto.
Oração em Comunhão
Na ausência de Missas e outras cerimónias, os fiéis mostraram fervor na realização deste ritual. “O principal é rezar de coração e fé pelos nossos defuntos. Isto poderia até ser feito em casa. Mas viemos pelo símbolo e para mostrar que não esquecemos os nossos amores perdidos”, disse um crente católico.
Precisamente, o Dia de Todos defuntos é em honra dos santos cristãos e mártires que morreram pela sua fé. Foi também instituído para compensar as omissões e para o cumprimento dos votos através da intercessão dos defuntos. Porque seria difícil fixar datas para a comemoração dos inúmeros que ficaram cristãos que foram, 1 de Novembro é o dia simbólico para a oração em comunhão. No entanto, a comemoração dos fiéis falecidos, chamada o Dia das Almas ou Festa dos Mortos, é na realidade para 2 de Novembro. “Como é o Dia de Todos os Santos, que é feriado e pressupõe uma comunicação espiritual com os santos, viemos rezar”, dizem os fiéis.
No exterior, ao longo da fachada do cemitério, os lojistas aproveitam a ocasião. Estão lá com velas de vários tamanhos, na sua maioria flores falsas, ícones de Maria e crucifixos. As mulheres que vendem saquetas de água também caminham entre os fiéis amontoados na esplanada, mesmo em frente do parque de estacionamento quase completamente ocupado. Outros homens engenhosos, os condutores, gritam os destinos dos seus em frente ao grande portão do cemitério.