Cristina Duarte: Corrupção generalizada maior mal para continente africano

Cristina Duarte falou à ONU News sobre desafios e oportunidades para o próximo ano; segundo ela, os africanos têm a chance de reconstruir melhor após a pandemia; ex-ministra de Cabo Verde ressaltou ainda a importância de um grande esforço coletivo para combater fluxos ilícitos em África, que atingem pelo menos US$ bilhões.

” todo o mundo sabe que há corrupção.” Há corrupção. Mas como é que se combate? Todo o mundo sabe. Com transparência. E como é que se institui práticas guiadas pela transparência? Investindo nas instituições. As instituições é que fazem da gestão da coisa pública uma gestão transparente, centrada no capital humano e essencialmente para servir às populações de uma maneira geral, mas particularmente as populações vulneráveis. Disse a conselheira Cristina Duarte

Eu digo mais: estamos a falar do build back better ou recovering better,  o depois do Covid-19. Se os fluxos ilícitos não fizerem parte da equação. Se as instituições não fizerem parte da equação, não vamos conseguir. Porque o build back better para África não pode ser só composto por soluções de curto prazo, nomeadamente Suspensão da Dívida ou Aliviar a Dívida.

Hoje, em pleno século 21, a problemática dos fluxos ilícitos em África é uma problemática incontornável.

No curto prazo essas medidas de debt expansion e debt relieve ou a iniciativa do G20 Dssi (sigla em inglês para Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida) são de extrema importância, mas estão desenhadas para ajudarem a resolver um problema de curto prazo que é um problema de liquidez.  Mas não estão desenhadas para resolver o problema do financiamento, que é de médio e longo prazo. Do financiamento em termos da sua sustentabilidade. Não é com debt relief,  debt suspension ou swaps ou todas essas funções técnicas.

building back beter exige, sim, soluções de curto prazo: liquidez. Para se resolver o problema da liquidez porque os governos têm que pagar salários como é evidente. Tiveram que aumentar as suas redes de proteção social. Tiveram que investir em seus sistemas de saúde a curto prazo.

E depois de junho de 2021? E depois de dezembro de 2021, quando estas medidas do curto prazo pura e simplesmente caducarem porque chegaram ao seu limite temporal? Onde estão as soluções que devem ser identificadas? Eu acredito que estejam a ser identificadas para afrontar este problema numa perspetiva de médio e longo prazos ou financiamento para o desenvolvimento.

Autor: CAP-GB

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