PIRAMIDE: Uma nova forma de solidariedade financeira surge na Guiné-Bissau

Sexta-feira: 15-0–2023

Por: Laércia Valeriana Insali

Na busca por soluções para a falta de bancos de financiamento e altas taxas de juros na Guiné-Bissau, os guineenses encontraram uma alternativa inovadora chamada PIRAMIDE, também conhecida como “abota”. Baseado em solidariedade entre pequenos grupos, esse modelo de financiamento tem se tornado cada vez mais popular, preenchendo uma lacuna no ambiente de negócios do país.

Diferente dos empréstimos tradicionais oferecidos pelos bancos, o PIRAMIDE não cobra taxas de juros e não requer que os participantes tenham histórico de crédito. Ao invés disso, o sistema é baseado em contribuições regulares de dinheiro feitas por um grupo de pessoas que se organizam em um triângulo, conhecido como “abota”. Cada membro do grupo contribui com um valor dependendo de cada coletivas e, em cada intervalo de tempo, um participante é selecionado para receber a soma total das contribuições.

Essa forma de solidariedade financeira tem se mostrado uma opção atrativa para muitos guineenses. Além de criar um ambiente de confiança entre os participantes, o PIRAMIDE permite que as pessoas tenham acesso a recursos financeiros sem depender dos altos juros dos empréstimos bancários convencionais.

Os valores podem avariar dependendo de cada estrutura organizacional, existem pacotes começam de [10 000 para um ganho de 80 000], de [100 000 para embolsar 800 000] e os mais atrativos onde o participante pode desembolsar até 6 000 000 (seis milhões) de francos.

No entanto, existem alguns desafios relacionados à implementação do PIRAMIDE. Um dos principais pontos é garantir que todos os participantes cumpram com suas contribuições e assumam o desafio de convidar mais participantes. Além disso, o participante realiza um acompanhamento adequado do fluxo de dinheiro e garantir a transparência das transações através de linhas de comunicações criadas.

Mesmo com esses desafios, o PIRAMIDE está se tornando uma solução viável para muitos guineenses que não possuem acesso a serviços bancários tradicionais. Através dessa forma de solidariedade financeira, as pessoas conseguem apoiar-se mutuamente e ter acesso a recursos financeiros de forma mais acessível.

Confidenciou uma participante que pediu anonimato, segundo ela, os montantes levantados permitiram na abrir um negócio no domínio da restauração, e que ja convidou mais de sete pessoas para a sua rede.

“Não posso explicar o quanto isso me foi útil e a maior satisfação e que não tenho que me preocupar com os juros porque não se trata de dívida”, disse ela.

Quem também reforçou a pertinência de PIRÂMIDE é Junilson um dos administradores e também funcionário de um Banco comercial da capital, disse que apesar de estar vinculado contratualmente a uma instituição financeira participa no “abota”, o que ele julga ser normal e credível, alternativa aos empréstimos bancários com as vezes altas taxas de juro.

É importante ressaltar que o PIRÂMIDE não substitui a necessidade de um sistema bancário sólido e bem regulamentado. No entanto, essa alternativa tem mostrado que é possível encontrar soluções inovadoras para contornar as limitações e desafios enfrentados pelo sistema financeiro no país.

É interessante observar como a população guineense está se adaptando e encontrando maneiras criativas de resolver problemas financeiros. O PIRAMIDE é mais uma prova de que a solidariedade e colaboração podem ser poderosas ferramentas para superar obstáculos e promover o desenvolvimento econômico das comunidades.

Para isso, a medida que mais pessoas aderem ao PIRAMIDE, é importante que sejam tomadas medidas para garantir a sua sustentabilidade e evitar qualquer forma de fraude. A educação financeira e o apoio governamental são essenciais para fortalecer e regulamentar esse novo modelo de solidariedade financeira na Guiné-Bissau.

Um inspetor da polícia judiciária no entanto recomenda contenção e cuidados, em que disse acreditar que uma alternativa viável mas que requere prudência.

“vi pessoas a aderirem com entusiasmo a esse sistema mas no entanto julgo que devem ser prudentes”, aconselha.

Em suma, o PIRAMIDE surge como uma esperança para muitos guineenses que buscam uma forma mais acessível de obter recursos financeiros. Através desse modelo baseado na solidariedade entre pequenos grupos, a Guiné-Bissau está encontrando caminhos promissores para enfrentar os desafios financeiros e estimular o desenvolvimento econômico no país.

Autor: CAP-GB

                               

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