Deputados da diáspora expõem dificuldades dos emigrantes

Deputado da Europa, Caetano Ferreira recebido pela Secretária de Estado das Comunidades
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Bissau, 15-09-2023 – A Secretária de Estado das Comunidades, Maria Luísa Embaló, recebeu em audiências separadas, os deputados dos Círculos de Europa e da África, respetivamente, com quem analisou a situação das comunidades guineenses nos dois continentes.
Caetano Ferreira, deputado-emigrante radicado em França, que se fazia acompanhar da Vitória Cabral Caetano, emigrante e empresária residente no Reino da Espanha, bem como do Senhor Júlio Nhunca também emigrante residente na República Francesa, explicou à Secretária de Estado as dificuldades de acesso dos emigrantes à documentação da Guiné-Bissau, motivo de ameaça de perda de emprego ou de deportação aos mesmos em muitos países de acolhimento.
Em relação a África, o deputado-emigrante, Pedro Mendonça, radicado em Cabo-Verde disse que naquele país insular, cerca de 75% dos emigrantes da Guiné-Bissau não têm documentos de identificação e precisam de serem emitidos Cartões Consulares e Passaportes. Além de mais, os emigrantes deparam com enormes dificuldades na circulação, tanto em Cabo-Verde, como no Senegal. Ele questiona sobre a aplicação do direito de circulação de pessoas e bens como emanado no acordo dos países membros da CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental.

O deputado Pedro Mendonça realçou ainda a necessidade de se resgatar os guineenses que cumpriram as penas de prisão nos últimos anos no Togo e o Caetano Ferreira destacou, entretanto, que mais de 200 guineenses radicados na Guiana Francesa precisam de serem emitidos documentos da Guiné-Bissau para não serem deportados ou detidos naquele país da América do Sul sob a jurisdição da França. Também, o deputado pelo Círculo da Europa colocou a questão de numerosos guineenses que se encontram em Almería, no Reino da Espanha, sem documentos de identificação da Guiné-Bissau.
Por sua vez, a Secretária de Estado das Comunidades manifestou-se satisfeita com as audiências e disse que depois das eleições os guineenses devem estar mais unidos e colocar a Guiné-Bissau em cima de tudo. Nesta linha de pensamento, ela pediu a colaboração dos emigrantes facto que permitirá a sua instituição se engajar melhor na resolução dos problemas das comunidades guineenses em diferentes países de acolhimento.